“ Todas as experiências são sagradas pois podem fornecer a chave para o Universo que buscamos”
O termo Shugendō, nos remete a um “Caminho de testes e experiências”, também traduzido como “Caminho de acúmulo de experiências”, e têm em seu treinamento uma série de práticas místicas, devocionais e contemplativas, bem como rituais e asceses mágicas, invocativas e evocativas, que buscam levar o praticante a obter experiências espirituais reais, tornando-o uma espécie de peregrino da senda espiritual que caminha com suas próprias pernas “entre mundos”, sem depender de relatos de outros mas sendo guiado por suas próprias experiências e pelos Mestres da tradição.
Os principais conceitos filosóficos que sustentam as práticas são oriundos da escola Shingon de Budhismo Esotérico (Vajrayana), seus rituais e cultos especialmente voltados para a integração do homem com os elementos naturais são em grande parte herança do Shintō, e sua magia contém traços do Tao chinês. Estas seriam apenas algumas das tradições que influenciaram e foram influenciadas pelas práticas do Shugendō e não deveríamos nos limitarmos a elas.
Graças a esta origem e estrutura sincrética, os monges praticantes chamados de Yamabushi ou “Aqueles que se deitam sobre as montanhas” são em geral religiosos de outras tradições como monges budistas e sacerdotes shintoístas, além de pessoas comuns, simples lavradores, membros de clãs que habitavam junto às montanhas.
Os praticantes são encorajados a aumentarem suas percepções físicas, testando e ultrapassando limites, provando a imensidade dos atributos divinos que habitam o humano, desenvolverndo seus poderes psíquicos (sidhis) e treinando seus corpos de modo a utilizá-los como ferramentas em suas investidas aos mundos espirituais de onde o praticante retirará os ensinamentos necessários para sua auto-realização ou Iluminação.
Escrito por Frater AEL (Heyan)
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