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Manifesto de fundação da Tradicional Ordem Martinista


A Tradicional Ordem Martinista foi criada no ano de 1931, por alguns membros do Supremo Conselho de Papus, que não admitiram as diretrizes e reformas de Bricaud e que, por outro lado, não seguiram Blanchard. Deste ramo martinista foram seus Grão-Mestres os Irmãos Victor Emíle Michelet, Augustin Chaboseau e Jean Chaboseau.
Abaixo segue a interessante carta, especialmente quando analisada do ponto de vista da política atual da referida ordem, quanto a motivação da criação desta como um ramo alternativo àqueles que exigiam pré-requisitos, como ser membro de outras ordens, para afiliarem ao martinismo!


ORDEM MARTINISTA TRADICIONAL


Manifesto aos Martinistas Americanos anteriores.


Paris, 10 de agosto de 1939.


“A Ordem Martinista, que teve um período de perfeita atividade iniciática desde sua organização em Obediência em 1890, infelizmente, ficou muito diminuída desde 1919. Em realidade, desde essa época, com bons propósitos e por iniciados reais, fizeram-se intentos para modificar os Regulamentos e Tradições da Ordem, porém em flagrante contradição com a organização imutável de nossa Venerável Ordem. Desta maneira, pode-se observar a abolição errônea das Iniciações, dos Grupos, não admissão de Irmãs e algumas outras obrigações. Em 1931, os irmãos Augustin Chaboseau, Victor Emile Michelet e Lucien Chamuel, únicos sobreviventes do Supremo Conselho de 1890, decidiram continuar e conservar a Ordem, conforme suas precedentes diretivas e normas, e sabida consideração e seus poderes “ad vitam”. Em conseqüência procederam à reorganização, em Silêncio e discretamente, do Supremo Conselho, do qual eram os únicos membros. Com a ajuda dos Irmãos da Ordem, com os quais novamente se haviam reunido, começaram a realizar novas Iniciações, dando força e vitalidade a duas Lojas, que desde então, alcançaram grande prosperidade e insuperável vitalidade. Estabeleceram-se vários Capítulos ou Grupos e mantiveram incomunicável a Constituição da Ordem com referência ao direito imprescritível dos SS. II. para transmitir a Iniciação.

Trabalhando sob o Manto, suas realizações não foram vãs; Irmãos e Irmãs da França e de países estrangeiros, assim como os membros do Supremo Conselho que foram designados posteriormente aos fundadores, e que haviam trabalhado separadamente, novamente se uniram à atual Ordem Martinista Tradicional. A passagem ao Oriente Eterno de vários membros notoriamente conhecidos, autores de várias reformas tanto no Supremo Conselho como na Ordem, a perpetuação de sua sucessão e a manifestação de ser Presidente da Ordem, obriga os membros do Supremo Conselho Tradicional a saírem de seu silêncio e reserva, vendo-se obrigados a fazê-lo ao contemplar a extraordinária colisão do Martinismo com diversas organizações iniciáticas, Igrejas Esotéricas, agrupamentos pró-maçônicos, etc., que podem ser muito respeitáveis em si mesmos, porém com respeito às quais, a Ordem Martinista parece nãos ser mais que uma espécie de anexo.Em vista da confusão que subsistia após a Presidência de seu Primeiro Grão-Mestre, PAPUS, os promotores da restauração de 1931, decidiram estabelecer, novamente, a Ordem e desde tal ano isso foi regulamente assegurado. O S. I. que no presente dirige os destinos da Ordem Martinista,
deve seus poderes a seus pares, os quais livremente o elegeram e os direitos e prerrogativas dos AA., II. e Superiores Incógnitos são mantidos e preservados, tal como foi promulgado pelos fundadores da Ordem.

A Ordem Martinista está aberta a todos os investigadores sinceros, a todos os Homens de Desejo, a todos os seres que tenham sede de conhecimento iniciático; todos podem participar de seus Mistérios, sem haver diferenças de sexo, raça, credo ou profissão, isso após uma rigorosa
investigação com respeito à moralidade do solicitante.
As Lojas ou Grupos que dependem de nossa jurisdição, podem admitir como visitante ou à filiação, todos os Martinistas regularmente Iniciados, que estejam de posse dos Sinais e Palavras de passe e que prestem sempre sua formal promessa de obediência ao Martinismo Tradicional, do qual o Supremo Conselho Universal é só e exclusivo depositário. Agora, mais que nunca, os Homens de Desejo devem unir-se para conhecerem-se e apreciarem-se fraternalmente e é com este propósito que estamos remetendo a presente comunicação.

Pelos Números, somente de nós conhecidos, o saudamos, muito querido Irmão! ”


Frater +LLL S.'.I'.'L.'.I'.'

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