No Shugendô a compreensão da constituição da matéria e seus fenômenos se dá através de um esquema chamado Elementos Básicos ou Naturais. Este conceito pode receber desde uma abordagem minimalista que consideram os poderes dos Elementos em sua manifestação objetiva até uma mais sofisticada onde os Elementos seriam chaves de acesso à conceitos a que estão conectados, ou seja, uma abordagem mais abstrata e refinada.
A tradição do Budismo Esotérico (Mikkyo), a qual o Shugendô é herdeiro direto, afirma a existência de cinco Elementos Básicos (terra, água, fogo, ar, vazio/éter) que diferem do conceito popular dos Cinco Movimentos da cultura chinesa. Este cinco Elementos Básicos são complementados, no Budismo, pelo sexto elemento, a Mente, formando um total de seis.
Muitas ilustrações de Dainichi Nyorai, figura central do Budhismo Esotérico japonês, apresentam-no executando um gesto com as mãos conhecido pelo nome de Mudra dos Seis Elementos ( 智拳印 Chiken-in), onde o dedo indicador da mão esquerda é abraçado pelos cinco dedos da mão direita. Este Mudra simboliza a Unidade atingida pelos Cinco Elementos Básicos através do sexto elemento, a Consciência Espiritual (Mente).
Observamos que em Mandalas, instrumentos especialmente valorizados pelas Escolas de Budhismo Esotérico japonês como Shingon, os Elementos são essencialmente considerados inanimados, recebendo vida após banhados pela Consciência/Mente. Em outras palavras, a Unidade só é alcançada quando em presença do sexto Elemento que dá aos olhos a visão para além das aparências das formas.
Por Heian
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