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Teoria das Três Eras


Foi por volta do século XVI que floresceu nos meios ocultistas a teoria acerca da chegada da Era do Espírito Santo, teoria esta desenvolvida a alguns séculos pelo teólogo italiano Joaquim de Flora (1135-1202), e evocada até mesmo nos Manifestos Rosacruzes. Segundo De Flora, a história da humanidade estava dividida em Eras (Aeons para os hindus) associadas a cada uma das figuras da Santa Trindade.
A Primeira Era chamada de Era do Pai (D’us Pai) tinha como principal característica a ação de D’us sob a forma de ADNAI (O Senhor), estabelecendo assim o período de temor e obediência que prestavam os homens ao seu D’us. Nesta época D’us era visto como um agente externo, que regulava a vida humana através de Leis a serem cegamente observadas e, por este motivo, foi associada por De Flora com a flor da urtiga. O início desta Era do temor e da submissão às Leis Divinas deu-se com a emanação de ADAM.
A Segunda Era foi batizada como a Era do Filho (D’us Filho) e teve início com a descida de Shin sobre Emmanuel, tornado-o YHSVH. Este período marcaria a conscientização da fagulha Divina que habita a cada um dos seres humanos. Neste momento a Lei do temor era substituída pela Lei do Amor e, por este motivo, foi associada à Rosa.
A Terceira Era pertenceria ao Espírito Santo e marcaria a mudança do mundo como o conhecemos, seria o período de íntima aproximação entre D’us e o homem, tornando-o Homem-Deus, por isto foi associada ao Lírio. Neste pe´riodo ocorreria o surgimento de uma nova Igreja, mais pura, monástica, mística e que Joaquim De Flora batizou por Ordem dos Boni Eremitae.
Podemos encontrar citações da teoria das Três Eras na obra "Naometria" de Simon Studion quando este aborda o tema do "Novo Templo", ou seja, a nova consciência religiosa que falava De Flora. Johann Valentin Andreae, eminente figura do rosacrucianismo à que são atribuídos os Manifetos, trabalhou o tema da Nova Religião para seu mestre, o teólogo Matthias Hafenreffer.
Simon Studio afirmava ainda que, em 1586, ocorreria um colóquio reservado a altos iniciados que visavam a preparação da Europa para as investidas dos “crististas”, formando assim uma Cavalaria em defesa da Era do Espírito Santo nomeada, convenientemente, Crucífera Militiae Evangelica ou Militia Evangelica, marcando assim o advento do Cristianismo unificado sob o Espírito.
Frater AEL R+

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