“Nos genuínos Mistérios, existem cinco partes de iniciação; a primeira é realizada nos Mistérios Menores, pois os Maiores não são comunicados a todos que desejam recebe-los; pois existem certas pessoas que são impedidas seja pela indiscrição, incapacidade de compreensão, mãos impuras ou voz inarticulada; e por isso é necessário que estes sejam filtrados nos Mistérios Menores.
Mas passada a seleção, eles sucedem para a segunda parte, que são certas purificações; e a terceira parte é denominada epopteia, ou “recepção” da revelação de seu Daemon e da vida da Alma livre do mundo de geração. E a quarta, que é o fim e desenvolvimento da revelação, é a investitura e fixação da coroa na cabeça. A pessoa iniciada então, por estes meios, é autorizada a carregar as tochas, se torna um Hierofante, ou faz parte de algum outro ofício dos Mistérios; para que então, venha o quinto e último passo, produzido de todos estes, que é a amizade e comunhão com Deus, e a felicidade que surge da conversa íntima com seres divinos.
E por isso Pitágoras desenvolveu na Filosofia uma forma de Mistérios Menores, uma purificação que deriva das cinco disciplinas matemáticas, aritmética, geometria, estereometria, música, e astrologia; e a instrução filosófica em teoremas e lógica foi utilizada por Platão também, de modo similar a iniciação, para que assim o Filósofo seja purificado para a revelação e contemplação das coisas que apreendemos intuitivamente, verdades absolutas e idéias, para que então ele possa participar dos Mistérios Maiores.”
Fonte: Theon de Smyrna In “Matemática”.
Comentários
Postar um comentário