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Mostrando postagens de agosto, 2025

Anacrise de Pellagius - Uma chance de Comunhão com o Anjo

Louis-Claude de Saint-Martin, conhecido como o “Filósofo Desconhecido”, ensinava que cada ser humano possui ao seu lado um bom anjo, chamado por ele de “anjo amigo”. Esse ser espiritual é concedido por Deus como um companheiro invisível que acompanha a alma ao longo da vida, protegendo-a, inspirando-a e conduzindo-a no caminho de volta à sua origem divina. Para Saint-Martin, o anjo amigo não é apenas um guardião, mas também um mensageiro da luz, cuja missão é recordar ao homem que ele traz em si uma centelha espiritual que deve ser despertada e reintegrada a Deus. A ação desse anjo, contudo, não é impositiva. Ele age de forma discreta, iluminando os pensamentos, fortalecendo nas provações e conduzindo suavemente ao bem. Cabe ao ser humano, pela oração interior, pela pureza de intenção e pela prática da virtude, abrir-se à sua influência. Quanto mais a alma se afasta dos vícios e se volta à contemplação, mais apta se torna a sentir a presença de seu anjo amigo e a perceber suas inspiraç...

Hexagrama das Paramitas

  Seis Paramitas, ou Seis Perfeições, são práticas essenciais no budismo Mahayana, que visam desenvolver qualidades que levam à iluminação. Elas funcionam como um roteiro para uma vida mais significativa e com propósito, cultivando virtudes que transcendem a si mesmo e beneficiam os outros.  As seis paramitas são: 1. Dana (Generosidade): Oferecer sem esperar nada em troca, seja bens materiais, conhecimento ou proteção.  2. Sila (Disciplina Ética): Abster-se de ações prejudiciais e cultivar um comportamento ético e responsável.  3. Kshanti (Paciência): Desenvolver tolerância e resiliência diante das dificuldades e adversidades da vida.  4. Virya (Diligência): Manter um esforço constante e entusiástico em direção à prática espiritual e ao bem-estar dos outros.  5. Dhyana (Concentração): Aprofundar a concentração e a estabilidade mental através da meditação.  6. Prajna (Sabedoria): Desenvolver a compreensão profunda da natureza da realidade, incluindo o v...

Hexagrama na Tradicao Budista Vajrayana

O hexagrama, frequentemente reconhecido no Pentáculo martinista, é um símbolo rico em significados em diversas tradições espirituais. Em contextos esotéricos ocidentais, ele representa harmonia, equilíbrio e a integração de opostos, como luz e sombra, espírito e matéria. No Budismo Vajrayana, esse mesmo símbolo assume uma dimensão específica e profunda, sendo conhecido como Dharmodaya e associado à deusa Vajrayogini, figura central na prática tântrica. O termo Dharmodaya significa literalmente “fonte da realidade”, e o hexagrama simboliza a essência da prática espiritual, representando o ponto de origem da percepção iluminada e o fundamento da realidade última. Vajrayogini, divindade feminina do Vajrayana vinculada à sabedoria e à transformação, tem o hexagrama como núcleo de seu mandala, representando o palácio celestial onde sua presença manifesta a união de energia e consciência. O hexagrama é formado por dois triângulos equiláteros interpenetrados, um apontando para cima e outro pa...

Uma viagem a India: em busca de Ramana Maharishi

Retornamos da montanha depois de passarmos alguns dias nela, e hoje, sentada sob o banyan, faço algumas reflexões muito familiares, talvez para vocês. A Índia, penso, é um imenso livro de Sabedoria, com tantas páginas a serem lidas quantos seres nela devem chegar. A todo aquele que aqui chega, lhe tocará o seu capítulo correspondente: nem mais nem menos. Como a vida, ela deve nos oferecer o que merecemos, ou seja, o que conquistamos com nosso próprio esforço. Na Índia encontra-se a escala completa: o mais baixo e abjeto, de um lado, e o mais alto e nobre, do outro; terrível fealdade e estupidez frente à beleza mais perfeita e à inteligência mais clara. À Índia é preciso chegar preparado para que ela nos dê algo, só algo, daquela imensamente grande e bela coisa que contém. Àquele que chega antes do tempo, ela cegará, ou mostrará apenas vulgaridade, pois essa está ao alcance de qualquer um. Mas, àquele que se entrega à vida com toda a força de sua inteligência, e com todo o ardor de se...

A Iniciação de Bulwer Lytton na Tradição Rosacruz, segundo Westcott

De acordo com William Wynn Westcott, uma loja rosacruz teria permanecido ativa em Frankfurt am Main, Alemanha, no início do século XIX. A esse respeito, ele escreveu: “Em 1850, a Frankfurt Rosicrucian Lodge of Meno entrou em hibernação; foi nela que Sir Edward Bulwer Lytton foi iniciado e tomou contato com ideias que mais tarde desenvolveria em Zanoni e em outras de suas obras.” Sabe-se que Bulwer Lytton realizou uma viagem à Alemanha entre 1841 e 1843, sendo bastante plausível que tenha visitado um grupo iniciático em Frankfurt. Assim, cabe questionar se essa “antiquíssima Loja Rosacruz” teria praticado o Rito Rosacruz de Ouro (Gold- und Rosenkreuz). Contudo, tal hipótese parece improvável, uma vez que não há evidências da atividade desse rito na Alemanha no início do século XIX. Além disso, o próprio Bulwer Lytton escreveu ao ocultista Hargrave Jennings: “Existem razões que me impedem de tratar profundamente da fraternidade Rosacruz, uma sociedade que ainda existe, mas sob um nome qu...