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Mostrando postagens de 2025

Hexagrama das Paramitas

  Seis Paramitas, ou Seis Perfeições, são práticas essenciais no budismo Mahayana, que visam desenvolver qualidades que levam à iluminação. Elas funcionam como um roteiro para uma vida mais significativa e com propósito, cultivando virtudes que transcendem a si mesmo e beneficiam os outros.  As seis paramitas são: 1. Dana (Generosidade): Oferecer sem esperar nada em troca, seja bens materiais, conhecimento ou proteção.  2. Sila (Disciplina Ética): Abster-se de ações prejudiciais e cultivar um comportamento ético e responsável.  3. Kshanti (Paciência): Desenvolver tolerância e resiliência diante das dificuldades e adversidades da vida.  4. Virya (Diligência): Manter um esforço constante e entusiástico em direção à prática espiritual e ao bem-estar dos outros.  5. Dhyana (Concentração): Aprofundar a concentração e a estabilidade mental através da meditação.  6. Prajna (Sabedoria): Desenvolver a compreensão profunda da natureza da realidade, incluindo o v...

Hexagrama na Tradicao Budista Vajrayana

O hexagrama, frequentemente reconhecido no Pentáculo martinista, é um símbolo rico em significados em diversas tradições espirituais. Em contextos esotéricos ocidentais, ele representa harmonia, equilíbrio e a integração de opostos, como luz e sombra, espírito e matéria. No Budismo Vajrayana, esse mesmo símbolo assume uma dimensão específica e profunda, sendo conhecido como Dharmodaya e associado à deusa Vajrayogini, figura central na prática tântrica. O termo Dharmodaya significa literalmente “fonte da realidade”, e o hexagrama simboliza a essência da prática espiritual, representando o ponto de origem da percepção iluminada e o fundamento da realidade última. Vajrayogini, divindade feminina do Vajrayana vinculada à sabedoria e à transformação, tem o hexagrama como núcleo de seu mandala, representando o palácio celestial onde sua presença manifesta a união de energia e consciência. O hexagrama é formado por dois triângulos equiláteros interpenetrados, um apontando para cima e outro pa...

Uma viagem a India: em busca de Ramana Maharishi

Retornamos da montanha depois de passarmos alguns dias nela, e hoje, sentada sob o banyan, faço algumas reflexões muito familiares, talvez para vocês. A Índia, penso, é um imenso livro de Sabedoria, com tantas páginas a serem lidas quantos seres nela devem chegar. A todo aquele que aqui chega, lhe tocará o seu capítulo correspondente: nem mais nem menos. Como a vida, ela deve nos oferecer o que merecemos, ou seja, o que conquistamos com nosso próprio esforço. Na Índia encontra-se a escala completa: o mais baixo e abjeto, de um lado, e o mais alto e nobre, do outro; terrível fealdade e estupidez frente à beleza mais perfeita e à inteligência mais clara. À Índia é preciso chegar preparado para que ela nos dê algo, só algo, daquela imensamente grande e bela coisa que contém. Àquele que chega antes do tempo, ela cegará, ou mostrará apenas vulgaridade, pois essa está ao alcance de qualquer um. Mas, àquele que se entrega à vida com toda a força de sua inteligência, e com todo o ardor de se...

A Iniciação de Bulwer Lytton na Tradição Rosacruz, segundo Westcott

De acordo com William Wynn Westcott, uma loja rosacruz teria permanecido ativa em Frankfurt am Main, Alemanha, no início do século XIX. A esse respeito, ele escreveu: “Em 1850, a Frankfurt Rosicrucian Lodge of Meno entrou em hibernação; foi nela que Sir Edward Bulwer Lytton foi iniciado e tomou contato com ideias que mais tarde desenvolveria em Zanoni e em outras de suas obras.” Sabe-se que Bulwer Lytton realizou uma viagem à Alemanha entre 1841 e 1843, sendo bastante plausível que tenha visitado um grupo iniciático em Frankfurt. Assim, cabe questionar se essa “antiquíssima Loja Rosacruz” teria praticado o Rito Rosacruz de Ouro (Gold- und Rosenkreuz). Contudo, tal hipótese parece improvável, uma vez que não há evidências da atividade desse rito na Alemanha no início do século XIX. Além disso, o próprio Bulwer Lytton escreveu ao ocultista Hargrave Jennings: “Existem razões que me impedem de tratar profundamente da fraternidade Rosacruz, uma sociedade que ainda existe, mas sob um nome qu...

Sinarquia e Nova Reforma Rosacruz

Saint-Yves d'Alveydre (1842-1909) foi um místico francês que influenciou , com suas ideias e experimentos, muitos autores importantes da Belle Epoque esotérica, incluindo Papus (1865-1916) o reavivador do movimento martinista. Seu Opus Magnum sem dúvida foi o Arqueometro que sintetiza seu pensamento e pesquisas. Hoje discutiremos a proximidade do conceito de Sinarquia proposto pelo autor e a Nova Reforma pregada pelos Rosacruzes no século XVII. Ambos compartilham de ideias fundamentais sobre a transformação social e espiritual, mas suas abordagens e ênfases apresentam diferenças interessantes. Tanto a Sinarquia como a Nova Reforma visam uma transformação profunda do mundo, com a crença de que a humanidade precisa superar suas estruturas corrompidas e se alinhar a princípios espirituais superiores. No entanto, enquanto a Nova Reforma Rosacruz foca na renovação do indivíduo como ponto de partida, a Sinarquia de Saint-Yves d'Alveydre propõe uma transformação política mais direta, ...

Conhecimento Imaginativo e Imaginação Artística

  Entre as várias instruções que o mestre dá ao aluno, a Imaginação foi a segunda mencionada. Esta consiste em o homem não transitar pela vida como acontece todos os dias, mas no sentido da frase de Goethe: "Tudo o que é transitório é apenas uma semelhança"; por trás de cada animal e de cada planta, algo que está por trás deve surgir para ele. No açafrão do campo, por exemplo, ele descobrirá uma imagem da alma melancólica, na violeta uma imagem da piedade serena, no girassol uma imagem da vida forte e vigorosa, da autoconfiança, da ambição. Quando um homem vive nesse sentido, ele se eleva ao conhecimento imaginativo. Ele então vê algo como uma chama fria ascender de uma planta, uma imagem colorida, que o conduz ao plano astral. Assim, o aluno é guiado a ver coisas que lhe apresentam seres espirituais de outros mundos. Já foi dito, no entanto, que o aluno deve seguir rigorosamente o mestre ocultista, pois somente ele pode lhe dizer o que é subjetivo e o que é objetivo. E o mes...

Sociedade Rosacruz de Bacstrom

  Este artigo foi publicado pela primeira vez no Hermetic Journal nº 6, 1979. Adam McLean O Dr. Sigismund Bacstrom foi um dos mais importantes estudiosos da alquimia dos últimos séculos, atuando no final do século XVIII e início do século XIX. Pouco se sabe sobre sua vida, exceto que provavelmente era de origem escandinava e que passou grande parte de sua juventude viajando pelo mundo como cirurgião naval. Mais tarde, ele se estabeleceria em Londres e reuniria ao seu redor um pequeno círculo de contatos (incluindo Ebenezar Sibley e o General Rainsford), entre os quais circulou várias de suas próprias traduções de textos alquímicos do latim, alemão e francês para o inglês. Esse seleto grupo de pessoas forneceu o veículo para o impulso de Bacstrom de reconectar as pessoas com a antiga sabedoria da tradição alquímica, e parece que, espiritualmente, ele semeou a semente para o renascimento do interesse pela alquimia no final do século XIX, que se desenvolveu através de Thomas South e s...